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tirsdag 30. mars 2010

Vår...

Meu coração está finalmente tranquilo e sereno... O canto dos pássaros lá fora me traz a incrível sensação de estar em casa. Gradativamente a neve está desaparecendo e é com um misto de nostalgia e alívio que me despeço dela. Nostalgia porque me lembro que eu também partirei em breve e no próximo inverno eu não estarei aqui pra fazer "guerras de neve", anjinhos ou escorregar morro abaixo... Alívio porque as ruas estão menos escorregadias e a temperatura está subindo, indicando que um dos invernos mais rigorosos dos últimos anos chegou ao fim...

onsdag 24. mars 2010

Frases memoráveis

Resolvi recomeçar a sessão frases memoráveis, agora em norueguês, português e inglês!

Erica says: My parents wanted to call me "Marissol", but when I was born they realized I was to dark to have a name like that.
Jan says: So, should you be called "Solelua"?


Gerente do Jardim de Infância depois de três meses sem me ver:

Du forstå når jeg snakker norsk nå!
(Vc entende quando eu falo norueguês agora!)

Erica sier:
Ja, men ikke altid (Sim, mas nem sempre)

Ela me responde:
Ja, men det forstå jeg, det er mange ord! (Sim, eu compreendo, mas são muitas palavras!)


Erica recebendo convidados para o jantar pergunta se eles estão com sede e os dois respondem SIM!

Erica pergunta:
Por que vcs não disseram nada antes?
Andre responde:
É um tabu social. Se você me pergunta eu posso dizer que sim, mas se vc não oferecer e eu pedir, é como se eu estivesse me senindo em casa, entende?

Blessed be this language...

Blessed be this language that open peoples hearts!

Eu estou longe de falar norueguês fluentemene e a minha pronúncia está há anos-luz do ideal, mas é muito gostoso perceber que o simples fato de eu tentar é suficiente pra que as pessoas admirem e baixem um pouquinho mais a guarda pra essa estrangeira que vos escreve...

Life is good, even though it sucks sometimes and Im happy on my behalf!

Maybe I would have done somethings differetly if I had the chance, but I did the best I could at that moment, and that´s what really matters, ikke sant?

God is good for loving us as we are and for making us better :)

Having three languages in my mind for 7 months now is kinda of messing my brain, but its cool!

Jeg er glad i Norge and Im stuck in the moment!

Thats it!

Para aqueles ineressados em entenderem o que se passa na minha cabeça ao escrever esse post, podem acessar a ferramenta de tradução ao lado :P

Joshua Radin

Bente, uma das meninas que mora comigo tem um gosto musical muito bom e por meio dela eu comecei a ouvir Joshua Radin, álbum Simple Times.

Gente, é muito bom! Tem muito a ver com a fase que estou vivendo no momento: em busca da simplicidade, tentando reconhecer a minha pequenez nesse universo, extremamente grata pelas pessoas da minha vida e completamente apaixonada pelo namorado mais legal do mundo :)

Resumindo: simplicidade + romance + melodia gostosa = Joshua Radin

Vale a pena conferir:

søndag 21. mars 2010

Do inverno à primavera...

Meu coração ainda tenta aceitar e desfrutar da Graça ao mesmo tempo que aprende a olhar para as pessoas de forma mais graciosa e menos implacável. Ainda caindo na tentação de me culpar por cada erro que tenho consciência, mas agora consciente de que a Cruz já remiu de antemão cada um deles.
Agora começo a me conhecer por trás de cada máscara que aprendi a usar em 22 dois anos de vida, pois o objetivo é colocar a impostora pra fora. Estou aprendendo a ter misericórdia do ser frágil e assustado que enxergo e a dar graças pela forma como Ele me criou. Não é fácil. Mas ainda bem que eu não preciso fazer isso sozinha...
Estou imensamente grata pela aproximação da primavera.O sol me fez muito mais falta do que imaginei e meu corpo se regozija com uma temperatura mais amena que chega a ser quase um calor, apesar do frio ainda persistir. Hoje cheguei a tirar o casaco na volta da Igreja pra casa porque o sol tava quente demais. Foi gostoso sentir o frio enregelante ao mesmo tempo em que o sol me aquecia. Dois extremos experienciados ao mesmo tempo...
A primavera se aproxima timidamente, mas os pássaros já estão a par da proximidade dela, pois agora cantam como há três meses não cantavam. O silêncio começa a dar lugar a um burburinho de gente, de pássaros e de crianças, o que significa que a vida está voltando a existir fora das casas.
As ruas não estão tão vazias como antes, embora a paz e a quietude ainda persistam.

fredag 12. mars 2010

Go, learn, become

Depois de passar uma semana lamentando o pouco que fiz pelo movimento estudantil norueguês é que a ficha caiu. No final, a única coisa que importa de verdade é o que eu me tornei. Isso, definitivamente é que vai ecoar na Eternidade.

After spending a entire week feeling bad for being "helpless" in Laget, I realized that is not about what I´ve done, but about what I became. This is the only thing that matters in Eternal Life.

torsdag 11. mars 2010

Jeg er glad i deg

Na Noruega existem duas formas de as pessoas dizerem "Eu amo você".

Jeg elsker deg - forma mais "profunda" geralmente utilizada entre marido e mulher ou também para descrever o amor que Deus sente por nós.

Jeg er glad i deg - forma usada para amigos, significa literalmente "Eu me alegro em você."

Eu gosto muito dessa expressão! Porque algumas vezes é tão difícil descrever em palavras os nossos sentimentos e a frase "Eu te amo" em certas ocasiões vezes soa clichê demais, embora seja algo muito bom de se dizer e ouvir quando é real.

Mas, "eu me alegro em você" é algo muito bonito de se dizer e de se ouvir! E é muito bom dizer isso para as pessoas que nos fazem alegres!

Portanto, à minha família, namorado e amigos queridos: "Jeg er glad i dere" (eu me alegro em vocês!)

onsdag 10. mars 2010

Era uma vez/ Once upon a time...





Era uma vez uma brasileira, uma holandesa e dois noruegueses que se encontraram em uma linda cidade da Noruega para estudarem a bíblia juntos. E juntos eles crescem na fé, na comunhão, na caridade e na tolerância. E apesar das diferenças culturais, e apesar de nenhum deles ter o inglês como primeira língua e apesar das diferenças que podem separar os seres humanos, eles riem e se divertem e desfrutam de uma amizade muito gostosa que faz muito feliz essa brasileira que escreve!

Once upon a time, one Brazilian, one Dutch and two Norwegians who found themselves in a beautiful city in Norway decided to meet to study the Bible together. And together they grow in faith, fellowship, charity and tolerance. And despite the cultural differences, and although none of them have English as their first language and despite any differences that may separate humans beings from each other, they laugh and have fun and enjoy a friendship that makes this Brazilian very happy!

Takk for sist, kjære venner! Jeg er glad i dere :)

Bendito seja esse povo...

"Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se
esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para
atendê-los bem?


É! O Brasil é um país abençoado de fato.


Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques.
Bendito esta terra, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente.
Bendita seja, querida pátria chamada
Brasil!!"


Autor desconhecido, mas eu assino embaixo!

tirsdag 9. mars 2010

Obrigada, Jesus/ Takk, Jesus

Obrigada, Jesus pelos amigos preciosos que o Senhor me deu! Por favor, me ajude a cuidar bem deles, em seu nome. Amém!

Takk, Jesus for den fantastiske venner som du ga meg! Hjelpe meg å ha omsorg for dem. Amem!

mandag 8. mars 2010

7 meses depois...



Óia, só... num há di vê qui sete meses depois a menina tá tenu choque cultural, minha gente?!

Pois é... e ele veio com força total pra sacudir as estruturas e me fazer querer sumir daqui sem deixar rastro! Arre égua...

E isso me deixa HIPER frustrada, porque de acordo com as aulas no Hald e os livros que estudei sobre o assunto, eu deveria ter "entrado em choque cultural" em novembro, pois agora que estou prestes a ir embora, já devia estar entrando na fase de adaptação e re-ajuste à nova cultura. (Traduzindo: depois de muito resistir você finalmente se adapta à nova cultura, nem acha que as pessoas são tão loucas assim e percebe que vai sentir saudades do país quando voltar pra casa).

Sei que cada pessoa reage de uma forma diferente e algumas nunca se adaptam e acabam voltando pra casa antes de entrar em colapso por causa do choque cultural (felizmente, acho que esse também não é o meu caso, ufa!)Mas o fato é que parece que comigo aconteceu tudo ao contrário: desde que cheguei eu me esforcei pra me convencer de que tava tudo bem, fiz questão de colocar os meus protestos interiores de que algumas coisas não iam nada bem no modo silencioso (sem vibracall) e fiz um bom trabalho ignorando as chamadas perdidas. Até agora.

Pois é gente, tudo que é bom dura mesmo muito pouco, toda mentira tem pernas curtas e toda verdade mascarada um dia perde a máscara e a roupa também, deixando o usário com a cara exposta e completamente nu.
C`est la vie...

E o que é pior é que quando a gente tenta mentir pra gente mesmo parece que a desilusão é ainda pior no final. Mas enfim, não quero mais um post super melo-dramático à La Maria do Bairro, tô tentando tirar um pouco do drama desnecessário da minha vida (hmm, séra? hihi).

Voltando ao assunto, "sei que nada sei", mas o que desconfio que aconteceu foi o seguinte: eu tive várias frustrações nos meus relacionamentos inter-pessoais desde o primeiro momento que coloquei meus pezinhos pra fora do Hald, mas me neguei a admitir isso com todas as minhas forças!


Daí sempre que alguém me desapontava e eu começava a deixar a tal idéia da "frieza nórdica" ocupar meus pensamentos, já ia logo fazendo um hiper esforço pra me lembrar das carinhas gentis, das dicas super úteis pra eu sobreviver no inverno, dos convites que recebi para comer middag (principal refeição do dia) na casa de alguém que ainda nem me conhecia, do interesse que eles demonstravam pelo meu bem-estar e etc... Eu simplesmente não conseguia conceber a idéia de "frieza" em pessoas tão fofas e cuidadosas, principalmente depois de um primeiro contato tão amigável no Hald com os estudantes noruegueses.

De fato, as pessoas que eu tive o privilégio de conhecer aqui são fofas e cuidadosas. Eu penso até que é impossível ter um país no mundo em que as pessoas sejam mais fofas que a Noruega, (até musiquinha pra agradecer pela comida eles cantam, muito bonitnho...) Mas o tão falado individualismo é grande demais! (Sem querer generalizar porque as pessoas têm suas peculiriaridades e as personalidades são muito diferentes mesmo dentro de uma mesma cultura.)

Comparar a nossa cultura em relação à cultura que está nos recebendo não ajuda muito no momento em que essas frustrações acontecem. Porque a gente só lembra das coisas boas da nossa cultura e só pensa nas coisas ruins da cultura nova, daí isso resulta em choque cultural em algum momento.

O fato é que eu me surpreendi no último final de semana implicando até com o jeito de eles falarem, socializarem, se divertirem, cumprimentarem e etc ... Passei o culto inteiro no domingo criticando a formalidade e o jeito como eles louvam a Deus, fiz mais de 19 críticas mentais à "imaturidade espiritual da maioria esmagadora das pessoas aqui" (como se eu fosse a maturidade em pessoa) e até o inverno, que antes me agradava tanto, começou a dar nos nervos! Eu tava a ponto de amaldiçoar a neve, (como Jesus fez com a figueira que ressecou) pra ver se ela derretia e o sol começava a brilhar de maneira própria! ("Porque no meu país o sol brilha de verdade, não é esse brilhinho opaco que nem aqui naum, haan!") Nem o sol, que não ilumina direito e não esquenta escapou da minha fúria avassaladora. Pra vocês verem o quanto eu estou sendo razoável e racional...

Ok, exageros e piadinhas à parte... eu percebi que preciso de mais equilíbrio na minha vida. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra, como dizem por aí. Preciso aprender a ser honesta e a parar de fingir que tá tudo bem quando tá tudo muito mal!!Preciso entender que quase tudo nessa vida possui defeitos e qualidades (e isso vale para o meu país que está há anos-luz de ser o lugar mais maravilhoso do mundo)e o fato de que as pessoas enxergam a vida e os relacionamentos de forma diferente de mim não significa que elas estão me rejeitando. Já passou da hora de eu superar essa síndrome de rejeição.

E principalmente, passou da hora de eu aprender a perdoar! Eu percebi que sob a mentira mais cabeluda do mundo de que "não consigo guardar rancor" eu comecei a encher um copinho de mágoas e ressentimentos em relação à todas as pessoas que amo. Então, quando alguém faz algo que me magoa, eu nunca admito, nem pra mim mesma. Por isso é óbvio que a pessoa também nunca fica sabendo. Daí o tempo passa, a poeira abaixa, a gente pensa que tá tudo bem, mas o copinho tá enchendo e as ervas daninhas tão sendo plantadas no relacionamento. Daí a importância da honestidade, de falar pras pessoas como eu estou me sentindo. Porque é com honestidade que se constrói relacionamentos verdadeiros e sem o perdão constante eles estão fadados ao fracasso.

Mas voltando ao assunto do choque cultural, sei que tenho feito caricaturas dos noruegueses (positivas e negativas) desde que cheguei aqui e agora que percebi isso talvez consiga fazer uma leitura menos distorcida deles antes de voltar pra casa, o que também vai me ajudar a fazer uma leitura menos distorcidada e parcial de casa quando eu estiver de volta.

Como disse, não tem sido nada fácil. Mas, tô em paz porque tô aprendendo muito sobre mim e vejo que até meus relacionamentos no Brasil estão começando a ser restaurados nos pontos em que estavam se partindo. Deus é bom!

fredag 5. mars 2010

Complexo de inferioridade

Ontem a Laget teve uma reunião muito importante para falar sobre o que precisa ser melhorado no movimento. Como participante ativa da ABUB, que é um movimento estudantil no qual os estudantes de fato arregaçam as mangas para que Jesus seja conhecido nas Universidades, eu fui à reunião achando que poderia contribuir de forma significativa para a "melhoria" do movimento estudantil em Trondheim, que tem recursos humanos de sobra, mas muita falta de iniciativa.

A única coisa que me impediu de contribuir na reunião foi o fato de que eu não consegui acompanhar o que foi dito em norueguês. Por isso fiquei lá, sentada, prostrada, me sentindo inútil e incompetente por não ter aprendido a língua o suficiente para acompanhar reuniões do tipo. Além de tudo, comecei a me comparar com pessoas que se estivessem no meu lugar provavelmente estariam fazendo um trabalho melhor.

Voltei pra casa com um nó na garganta e um complexo de inferioridade sufocante. Conversando o Fred sobre o assunto, eu me dei conta de que esse sentimento é prevalecente na minha vida desde que cheguei à Noruega. Apesar de amar o Hald, eu sempre me senti inferior aos estudantes noruegueses lá. Sabe como é né... eles são de um país hiperdesenvolvido, enquanto a gente ainda tá ralando pra ter o pão de cada dia, eles tão fazendo tur pelo mundo afora antes dos 20 anos (alguns dos meus amigos da minha idade já viajaram pra mais de 15 países). Afinal de contas, eles têm um governo que provê as necessidades básicas de todos os cidadãos, além de educação de qualidade.


O fato é que eu percebi o quanto me deixei escravizar por padrões desse mundo e o quanto eu também atribuo valores diferentes às pessoas baseando-me na inteligência delas, ou posição hierárquica, ou nacionalidade ou grau de escoloridade,etc...

Apesar de me dizer cristã eu ainda não olho para as pessoas como Cristo as enxerga. Porque Ele, sendo filho de Deus se submeteu a seres humanos limitados, arrogantes e presunçosos. Na Bíblia Ele afirma que não veio para ser servido, mas para servir. Ele nasceu em um lar pobre, trabalhou como carpinteiro, lavou os pés dos próprios discípulos e nunca tratou as pessoas basando-se na posição social que elas ocupavam. Ele não teve medo de confrontar os fariseus, homens muito importantes na sociedade judaica da época, ao mesmo tempo que estendia a mão às prostitutas com amor. Ele tratava mulheres com dignidade, numa época em que os homens nem lhes dirigiam à palavra publicamente. Ele tocou nos olhos de um homem cego que fora banido do convívio com os outros cidadãos e o curou. Ele ouvia e curava leprosos, escória obrigada a viver fora das cidades. Ele não tratava reis, nem governadores com mais repeito por causa da posição que ocupavam. Ele amava as crianças e afirmou que delas é o Reino dos Céus. Sendo Deus, Ele não atribuiu valores diferentes às pessoas e continua não atribuindo. Ele não se sentia inferior por ser chamado de carpinteiro.

Tomar consciência desse meu pecado me abriu os olhos para a necessidade de ser transformada por Deus e de ser liberta dessa escravidão. Eu só vou parar de me cobrar perfeição e de me comparar às pessoas no dia que parar de comparar pessoas entre si e de dar valores diferentes a elas. Eu só vou aprender a amá-las de verdade quando conseguir enxergá-las com os olhos de Jesus. Eu só vou parar de me sentir inferior e elas quando o amor de Deus por mim for suficiente para me auto-afirmar e quando a opinião de seres humanos a meu respeito não tiver o poder de alterar a forma como me sinto em relação a mim mesma.

Isso pode demorar anos, décadas. Mas a minha esperança reside no fato de que Ele vai completar a obra que começou em mim e vai me tornar cada dia mais parecida com Ele.