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onsdag 17. februar 2010

Um coração servil

É incrível a maneira como Deus faz as coisas, sempre me surpreende a paciência e o amor Dele conosco. Eu estou lendo um livro muito bom mesmo chamado "Uma vida com propósito", do Rick Warren. O livro é dividido em 40 capítulos que se destinam a uma jornada de 40 dias de leitura. O assunto principal é o propósito para o qual estamos vivos. Apesar de ser bem básico, o livro de Rick Warren tem me despertado para verdades muito importantes acerca do discipulado cristão e eu tenho refletido muito sobre viver com propósito. Mas o mais engraçado é que Deus tem me dado oportunidades reais para colocar em prática o que eu tenho lido.

Mas hoje eu quero falar sobre a importância de servir. Quando cheguei à Noruega eu tive dificuldades para me sentir útil. Sabe como é, lugar novo, clima diferente, língua diferente, tantas coisas novas para aprender... Meus primeiros meses em Trondheim foram basicamente um tempo para me adaptar e aprender a sobreviver em um ambiente tão diferente. Mesmo agora que me sinto mais adaptada eu ainda tenho dificuldades em me sentir útil da maneira como utilidade geralmente é definida.

O que eu quero dizer é: eu ainda estou tentando aprender uma língua, não dá pra sonhar com feitos grandiosos nessa situação. No tocante ao meu trabalho com a Laget, eu tenho um milhão de idéias e muitas coisas que poderia compartilhar do meu aprendizado como parte da ABUB. Mas eu não tenho tempo suficiente pra fazer tudo o que gostaria, muito menos espaço e oportunidade.

Mas Deus tem me dado situações menos chamativas para sevi-LO. Arrumar a cozinha aqui de casa é um exemplo, o trabalho no jardim de infância é outro. Agora eu também comecei a trabalhar como voluntária num serviço para adolescentes. Uma das igrejas locais tem uma casa para receber adolescentes "rebeldes". Meu trabalho lá é basicamente me dispor a ser amiga deles e ajudar com a louça de vez em quando.

São trabalhos que não me dão nenhum reconhecimento e que algumas vezes eu encontro muita dificuldade em senir alegria para fazer. Mas hoje eu li no livro do Rick Warren que o verdadeiro servo procura servir fora dos holofotes porque sabe que estar sempre no foco das luzes pode nos deixar cegos. Ele também diz que o servo não procura melhores oportunidades para servir, mas o faz sempre que enxerga a necessidade. Isso é muito difícil, principalmente quando tudo o que a gente aprende nessa vida é a competir com os outros e tentar ganhar atenção. A vaidade e o orgulho algumas vezes dominam a nossa vida de tal forma que até servem como desculpa pra não fazermos as coisas.

Acho que o meu caso já estava tão crítico que Deus teve que me trazer para um lugar em que eu me sinto completamente de mãos atadas para me mostrar o que de fato agrada o coração Dele. Mas Ele faz isso de forma tão miraculosa que tem me dado alegria com as oportuidades para servir! Deus é infintamente melhor do que imaginamos...

tirsdag 16. februar 2010

O Divino fingimento

Cara, você já tentou tratar muito bem alguém que tá te irritando profundamente? Parece que a irritação vai embora em dez segundos. Funciona mesmo!

søndag 14. februar 2010

A melancolia prévia

Tenho que admitir: eu estou simplesmente ATERRORIZADA com a idéia de que o intercâmbio está entrando na reta final. Sabe quando você conhece pessoas maravilhosas que te ensinaram muito e acabaram se tornando importantes na sua vida? Sabe como é a sensação de que a hora de dar tchau tá chegando e talvez você nem as encontre mais antes da Eternidade? Pois é. É isso mesmo o que eu to sentindo agora, melancolia prévia.
De fato, vir pra Noruega virou a minha vida de cabeça pra baixo, parece que tudo é diferente agora, mesmo que tudo continue igual. Hoje eu quase comecei a me arrepender dessa idéia louca de passar 10 meses em um outro país. Pensei, pensei, pensei e cheguei à conclusão de que vai ser muito difícil me readaptar e me deu muita raiva pensar que antes tava tudo mais ou menos certo. Mas dá pra se arrepender de responder ao chamado Dele? Acho que não né... Mas então eu realmente espero que Ele me mostre o que Ele espera de tudo isso...

Ai, ai... será que alguém vai ter paciência comigo quando eu voltar pra casa?

lørdag 13. februar 2010

Om meg

Ontem eu estava lendo o edital de seleção para a Noruega que saiu no site da ABUB. Um dos objetivos do programa de Intercâmbio que consta no edital é dar ao participante a chance de conhecer mais a cerca de si mesmo. Refletindo sobre os objetivos do programa e sobre o propósito de eu estar aqui, passei um tempo pensando no que eu descobri sobre a minha pessoa depois que vim pra cá e me deparei com uma lista de descobertas maior do que eu imaginava. Eis o que descobri:

Me cobro MUITO além do que devia e me estresso por MUITO pouco ou quase nada
Tenho habilidade para aprender línguas, mesmo sendo insegura demais para praticá-las
Realmente gosto da experiência transcultural
Gosto de clima frio
Gosto de cidades pequenas
Sou mais arraigada à minha casa, cultura e "tradições" do que imaginava
Tenho muito medo de confrontar as pessoas e algumas vezes prefiro me omitir e oprimir, mesmo sabendo que isso não é o certo
Deduzo sempre o pior acerca do que os outros pensam de mim
Faço amizades relativamente rápido
Não sou tímida
Sou introvertida e aprecio muito mais a companhia de bons amigos do que de milhares de pessoas
Sempre me sinto mais feliz e relaxada quando tenho amigos por perto
Quase sempre me sinto excluída e sozinha quando estou entre muitas pessoas
Gosto de crianças
Gosto de sistemas políticos justos e igualitários
Odeio machismo
Odeio pesos e medidas diferentes
Nunca consigo me sentir completamente à vontade com certas pessoas
Sou extremamente egocêntrica
Sou crescida o suficiente para me cuidar
Me sinto pressionada por pouca coisa e fico completamente insegura quando pressionada
Algumas vezes tudo o que eu preciso é de um pouco mais de auto-confiança
Preciso que as pessoas fiquem reforçando o que eu tenho de bom
Falo demais, mesmo quando não sou fluente ou boa o suficiente no outro idioma
Gosto muito de ler a Bíblia!
Gosto de me sentir útil
Gosto de servir os outros
Gosto de serviço doméstico

:)

fredag 12. februar 2010

Fastelavn


Existem alguns paralelos entre o carnaval brasileiro e a tradição norueguesa chamada "fastelavn". Essa festa norueguesa tem a mesma origem que o carnaval, porém, como em muitos países protestantes, foi extinguida após a Reforma Luterana, em 1537. Todavia, a tradição permaneceu como uma festa popular para festejar a chegada da primavera e de um novo ano de trabalho. A palavra "fastelavn" vem do Alemão "fastenabend", que significa a noite antes do longo jejum. As pessoas se reuniam para comer bem, antes dos 40 dias de muito jejum que antecediam o primeiro dia da Páscoa. Inicialmente a palavra designava a noite antes do primeiro dia de jejum, que é a quarta-feira, ou quarta-feira de cinzas; porém, as pessoas queriam ter vários dias para se despedirem da carne e da festa, antes do sacrifício. As festividades foram então estendidas até o domingo. Por isso, às segundas, muitos tinham folga para poderem se recuperar depois da festa, e a terça-feira recebeu o nome de "feitetirsdag", ou "terça gorda". O objetivo era comer o quanto pudessem e se abastecerem de carne e gordura o máximo possível antes dos dias de jejum, que durariam até a época da Páscoa. A "terça gorda" ainda é celebrada em muitos lugares da Noruega.

Hoje em dia, o "fastelavn" é festejado principalmente nos jardins de infância. Quando fui trabalhar no meu querido jardim hoje me deparei com pequenos tigres, leões, joaninhas, minies, crocodilos, super-homem, batmans, policiais, enfermeiras, bonecas e até um urso! As crianças estavam muito graciosas em suas fantasias de "carnaval" e tiveram uma manhhã recheada de brincadeiras, canções e cachorro-quente! Saa koselig :)

(fonte: www.noruega.com.br)

tirsdag 9. februar 2010

Assim como em Nárnia...

De uns dias pra cá eu comecei a ficar muito melancólica com a aproximação do dia de ir embora. É que agora eu estou começando a me sentir bem aqui, de verdade. Não é que antes eu não estivesse feliz, nem aproveitando a viagem. Mas agora é como se eu estivesse mais "ajustada". Sinto que tenho amigos de verdade que me conhecem bem apesar do pouco tempo que passamos juntos, me sinto mais próxima das meninas que moram comigo, aprendi a apreciar o inverno de verdade e comecei a entender e a falar um pouquinho de norueguês. Como me disse a Ariane "Quando você começar a se sentir ajustada vai ser tempo de vir embora." Ela não podia estar mais certa. Não é que eu não queira ir embora ou que eu não sinta saudades de casa e das pessoas em casa. Eu sinto. Muita. Mas é que eu queria poder ter as duas coisas ao mesmo tempo. Eu adoro morar em um país tropical, mas é indescritível a beleza da neve caindo do lado de fora da janela ...
Assim como as crianças só podiam chegar a Nárnia se Aslam chamasse eu só cheguei aqui porque Ele me chamou. Assim como elas não escolhiam a hora de ir embora e não podiam voltar sempre que desejassem eu não posso voltar e visitar meus amigos sempre que der na telha, muito menos voltar a ter a vida que tenho aqui agora. E mesmo que um dia eu volte, assim como em Nárnia, as coisas provavelmente vão estar bem diferentes. Eu nunca mais vou morar no mesmo lugar, os meus amigos talvez não estejam mais aqui e eu não vou ser mais uma estudante do Hald. Assim como em Nárnia, quando eu voltar pra casa vai ser como se o tempo lá não estivesse passado pois eu vou continuar o curso exatamente de onde parei, as pessoas vão continuar fazendo as mesmas coisas que faziam antes e a vida de todo mundo continuou mais ou menos a mesma enquanto eu vivi experiências que jamais sonhei que viveria. E assim como Nárnia não há caminho de volta.
Eu queria muito que a Noruega não fosse tão longe do Brasil pra que eu pudesse voltar aqui uma vez ou outra em um feriado prolongado. Mas é preciso aceitar o tempo de Deus e os propósitos Dele para a minha vida.
O que me consola de verdade é saber que a minha vida nessa Terra é como a capa de um livro e que o primeiro capítulo da minha existência só terá início mesmo na Eternidade. E na Eternidade eu tenho esperança de re-encontrar os amigos que fiz aqui. Lá não teremos problemas de idioma, nem de tempo, nem de saudades, nem de choque cultural. Lá estaremos todos unidos Nele, desfrutando com Ele da glória Dele.