Estudantes Internacionais do Hald em um fiorde congelado. Oh, yeah, estamos andando sobre as águas!
Hoje fazem exatamente 5 meses que eu cheguei na Noruega. Cinco meses atrás eu ouvi uma batida na porta do meu quarto às nove e meia da manhã e me vi quase incapaz de falar inglês logo após acabar de acordar. Quando abri a porta do quarto me deparei com Eirik (um dos estudantes noruegueses do ano passado que trabalha no Hald esse ano). Ele foi me acordar para perguntar se eu ia tomar café da manhã e eu tive que recorrer à mímica para explicar o motivo do meu atraso porque o meu vocabulário em inglês tinha desaparecido.Memóravel.
Cinco meses depois eu acordei sozinha na minha casa em Trondheim após um longo dia de viagem de Mandal pra cá. Tive uma espécie de Déjà vu desfazendo as malas e tentando encontrar comida na geladeira. Foi como estar re-vivendo a minha primeira manhã em Trondheim na qual eu acordei faminta e não tinha absolutamente nada pra comer, pois tinha chegado tarde da noite após uma viagem de 12 horas de trem de Mandal até aqui. Naquela manhã eu estava cheia de medos e ansiedades: medo de não me adaptar, receosa sobre quanto eu podia gastar no supermercado na minha primeira compra, com medo de me perder e de não sobreviver ao inverno em Trondheim. Me lembro que fiquei perdida quando saí em busca do supermercado e tive que voltar pra casa de mãos vazias e estômago roncando até que a Kristine, uma das minhas colegas de casa se dispôs a ir comigo para me mostrar o caminho. Nesse dia fiquei chocada com a distância e a ladeira que eu precisaria subir toda vez que fosse ao supermercado e pensava com meus botões "Como é que vou transportar minhas compras sem carro?". De fato, eu tenho uma vida muito mais fácil do que imaginava em Goiânia :)
Três meses depois dessa tenebrosa manhã não tenho mais problemas para encontrar o supermercado, nem para transportar minhas compras :) O inverno já vai de vento em polpa lá fora, mas eu descobri que não existe frio quando se está bem agasalhada e em movimento. Ontem à noite eu andei do ponto de ônibus até a minha casa carregando as malas da viagem e cheguei em casa suada quando a temperatura lá fora estava em torno de 14 graus NEGATIVOS. Parece que vou sobreviver ao inverno com muita saúde e disposição... Porque tenho que admitir que é muito gostoso sentir o vento gelado no rosto quando se tem muitas roupas de frio, acho que vou sentir falta disso!
Mas voltando ao assunto do post, estou exatamente na metade do meu intercâmbio e daqui cinco meses e alguns dias eu estarei a caminho de casa. A pergunta que paira no ar é: Como vai ser voltar pra casa? Será que eu vou me sentir realmente em casa? Duvido. Até porque já enxergo meu pequeno refúgio em Trondheim como casa, o que significa que voltar pra Goiânia vai deixar um pequeno espaço vago no meu coração.
Tanta coisa já mudou até agora, tantas coisas ainda vão mudar nesses 5 meses que eu vou passar na Noruega. As vezes fico com medo de não me re-adaptar à minha antiga vida e me sentir desajustada para sempre. Mas sei que isso é bobagem e que mesmo que demore um pouco eu vou me re-ajustar. Não sem antes enfrentar um choque cultural reverso, o que é normal, mas com o tempo tudo se acomoda. Sei que não serei mais a mesma, mas, tenho esperanças de que as mudanças que se operaram vão fazer de mim uma pessoa melhor e que terei alvos mais nobres futuramente do que os que costumava perseguir antes de vir pra cá.
Voltei para o Hald no dia 2 e fiquei lá por uma semana. Estar lá de volta juntamente com os outros estudantes internacionais foi muito reconfortador. Especialmente num tempo que eu estava me sentindo cansada de estar aqui e muito desajustada por causa da dificuldade com o idioma. Mas rever os meus queridos professores e ter a chance de refletir sobre o que passou e de sonhar com os próximos cinco meses foi extremamente encorajador! Me sinto tão animada quanto no meu primeiro dia na Noruega e com a esperança de que muita coisa boa ainda vai acontecer!
Agora que já estou mais acostumada ao local e às pessoas acho que terei mais tempo de penetrar mais fundo na cultura e com muita esperança, desenvolver o meu norueguês que ainda está bem tosquinho. Mas eu tenho tempo e muita, muita, MUITA motivação para aprender o máximo possível nos três meses que me restam em Trondheim e nos dois meses que passarei no Hald antes de voltar pra casa.
Ler os blogs dos meus amigos do Hald tem sido muito inspirador! Parece que apesar da distância geográfica que nos separa, todos estamos na mesma sintonia... Inspirados pelas aulas no Hald e pela vontade de lutar por um mundo melhor e mais justo, pois foi pra isso que nos reunimos em uma escola que tem o slogan: "Go-Learn-Become" (Vá-Aprenda-Se torne).
No que eu vou me transformar ainda é uma incógnita, mas, tem sido maravilhoso sair do meu egocentrismo medíocre e perceber o quanto o mundo é MUITO maior do que o meu umbigo. Acho que todo mundo podia fazer isso um dia, talvez nos tornaríamos menos egocêntricos e alienados e dispostos a fazer do planeta Terra um local mais digno para se viver.
P.S: Sei que to enrolando pra postar fotos de Londres, mas preciso de um computador emprestado porque o meu não tem entrada pra CD, e eu preciso instalar um programa especial para baixar vídeos, mas pretendo fazer isso muito em breve. Também prometo algumas fotos e comentários do meu delicioso Natal nórdico! Amo a gente!
søndag 10. januar 2010
Infield - Go - Learn - Become
Postado por Erica Neves às 11:26
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7 kommentarer:
Muito bom ler seu texto e perceber que Deus tem te motivado a viver esse tempo aí na Noruega intensamente.
Te amo muito, a cada dia mais grato a Deus pelo nosso namoro. Muitos beijinhos e abraço bem apertado.
Sometimes, i wish u would have a short english translation....heheheh....But i understand very well, u want to exclude me from this info! Best regards Jan
Beklager, min venn. Jeg trodde du hadde det godt! Har du prøvd å oversette det?
Filha, fico feliz por perceber o quanto você é uma pessoa especial e muito orgulhosa em saber que Deus me usou pra ser sua mãe.
Bjs
Deus te abençõe ricamente com toda sorte de bênçãos.
Oi, Erica. Feliz ano novo! Muito bom ler suas experiências no Infield: essa parada estratégica no meio da vivência transcultural é mesmo reconfortante. Que seu coração transborde de esperança para os dias que vêm pela frente. Fico feliz ao ler as novas! Que Deus continue te abençoando, minha irmã. Abraço.
Esqueci de comentar uma coisa: a foto de vocês sobre o lago está demais!
Massa! Tchu Tchu na Erica! hahahahaha
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