Ontem a Laget teve uma reunião muito importante para falar sobre o que precisa ser melhorado no movimento. Como participante ativa da ABUB, que é um movimento estudantil no qual os estudantes de fato arregaçam as mangas para que Jesus seja conhecido nas Universidades, eu fui à reunião achando que poderia contribuir de forma significativa para a "melhoria" do movimento estudantil em Trondheim, que tem recursos humanos de sobra, mas muita falta de iniciativa.
A única coisa que me impediu de contribuir na reunião foi o fato de que eu não consegui acompanhar o que foi dito em norueguês. Por isso fiquei lá, sentada, prostrada, me sentindo inútil e incompetente por não ter aprendido a língua o suficiente para acompanhar reuniões do tipo. Além de tudo, comecei a me comparar com pessoas que se estivessem no meu lugar provavelmente estariam fazendo um trabalho melhor.
Voltei pra casa com um nó na garganta e um complexo de inferioridade sufocante. Conversando o Fred sobre o assunto, eu me dei conta de que esse sentimento é prevalecente na minha vida desde que cheguei à Noruega. Apesar de amar o Hald, eu sempre me senti inferior aos estudantes noruegueses lá. Sabe como é né... eles são de um país hiperdesenvolvido, enquanto a gente ainda tá ralando pra ter o pão de cada dia, eles tão fazendo tur pelo mundo afora antes dos 20 anos (alguns dos meus amigos da minha idade já viajaram pra mais de 15 países). Afinal de contas, eles têm um governo que provê as necessidades básicas de todos os cidadãos, além de educação de qualidade.
O fato é que eu percebi o quanto me deixei escravizar por padrões desse mundo e o quanto eu também atribuo valores diferentes às pessoas baseando-me na inteligência delas, ou posição hierárquica, ou nacionalidade ou grau de escoloridade,etc...
Apesar de me dizer cristã eu ainda não olho para as pessoas como Cristo as enxerga. Porque Ele, sendo filho de Deus se submeteu a seres humanos limitados, arrogantes e presunçosos. Na Bíblia Ele afirma que não veio para ser servido, mas para servir. Ele nasceu em um lar pobre, trabalhou como carpinteiro, lavou os pés dos próprios discípulos e nunca tratou as pessoas basando-se na posição social que elas ocupavam. Ele não teve medo de confrontar os fariseus, homens muito importantes na sociedade judaica da época, ao mesmo tempo que estendia a mão às prostitutas com amor. Ele tratava mulheres com dignidade, numa época em que os homens nem lhes dirigiam à palavra publicamente. Ele tocou nos olhos de um homem cego que fora banido do convívio com os outros cidadãos e o curou. Ele ouvia e curava leprosos, escória obrigada a viver fora das cidades. Ele não tratava reis, nem governadores com mais repeito por causa da posição que ocupavam. Ele amava as crianças e afirmou que delas é o Reino dos Céus. Sendo Deus, Ele não atribuiu valores diferentes às pessoas e continua não atribuindo. Ele não se sentia inferior por ser chamado de carpinteiro.
Tomar consciência desse meu pecado me abriu os olhos para a necessidade de ser transformada por Deus e de ser liberta dessa escravidão. Eu só vou parar de me cobrar perfeição e de me comparar às pessoas no dia que parar de comparar pessoas entre si e de dar valores diferentes a elas. Eu só vou aprender a amá-las de verdade quando conseguir enxergá-las com os olhos de Jesus. Eu só vou parar de me sentir inferior e elas quando o amor de Deus por mim for suficiente para me auto-afirmar e quando a opinião de seres humanos a meu respeito não tiver o poder de alterar a forma como me sinto em relação a mim mesma.
Isso pode demorar anos, décadas. Mas a minha esperança reside no fato de que Ele vai completar a obra que começou em mim e vai me tornar cada dia mais parecida com Ele.
fredag 5. mars 2010
Complexo de inferioridade
Postado por Erica Neves às 02:24
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4 kommentarer:
Há cada dia que passa, tenho mais admiração por vc e por sua capacidade de se encarar. Vc é muito corajosa. Obrigada por ser minha amiga!!!
Mimi's
Amém!
Deus te abençõe ricamente com toda sorte de bênçãos!
Bjs
lindeza, voce está prestes a entender que não podemos falar do amor de Cristo, sem conhecer este amor. Continue a ter este coração aberto a Deus que você não somente O conhecerá, mas O verá. E assim também, para quem olhar para você, vejam Jesus. Te amo tanto. E Jesus muito mais!
Amorebas,
Pode parar com isso, você tem que entender que você é especial demais. Cada pessoa tem sua habilidade, seus defeitos, sua personalidade...se não fosse assim o mundo não funcionaria. Você é perfeita para muita gente e na realização de uma infinidade de coisas. Mas sei que você vai continuar com sua missão com muita coragem e cada dia mais forte, apesar de alguns momentos difíceis. Acredito em vc
Te amo, saudade, Line
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